O advogado Osmar Unisesky Júnior, de 34 anos, suspeito de matar o pai e a meia-irmã a tiros em São Bento do Sul, Norte catarinense, na noite de terça (18), deve se apresentar à Polícia Civil se a prisão preventiva for decretada, informou nesta quinta-feira (20) o delegado Gustavo Muniz, responsável pela investigação. Para ele, o crime foi premeditado.
O G1 não localizou o advogado de Osmar. Na tarde de quarta-feira (19), o delegado pediu à Justiça a prisão preventiva do suspeito. Segundo Muniz, o advogado dele já entrou em contato com a Polícia Civil e demonstrou que pretende levar o cliente à delegacia caso a Justiça aceite o pedido.
A mulher do suspeito está com depoimento marcado para a tarde desta quinta. A Polícia Civil investiga se ela teve envolvimento na preparação para o crime. Muniz já ouviu ainda outra testemunha do caso, que segundo ele não estava presente na cena, mas que conhece o advogado apontado como o autor do crime.
Ainda de acordo com o delegado, Osmar e a mulher também podem responder por abandono de incapaz, já que no momento do crime o filho deles, de 3 anos, ficou sozinho em casa, trancado.
As vítimas foram veladas lado a lado numa capela de São Bento do Sul, na quarta-feira.
Motivação
Muniz disse que a suspeita é que tenha sido uma execução premeditada e motivada por uma disputa por divisão de herança. Segundo a Polícia Militar, os pais do advogado estavam em meio a um processo judicial de divórcio e a família enfrentava vários conflitos causados pela divisão de bens com a jovem, de 19 anos, reconhecida recentemente pelo pai, de 61.
Segundo parentes, Franciele começou a procurar o pai aos 12 anos. Um exame de DNA confirmou a paternidade de Osmar e, desde então, eles mantinham uma relação próxima.
Crime e armas
Imagens de câmera de segurança do escritório mostram o momento em que Osmar Unisesky Júnior entra no pátio da empresa da família, às 21h14.
Dentro do escritório, estava o pai, Osmar Unisesky, e a jovem de 19 anos, Franciele Jelinksy. Assim que o pai pega o celular e o filho começa a atirar. O pai segue em direção ao advogado, cai e o filho atira novamente com a vítima no chão.
O homem ainda volta para o escritório e atira na meia-irmã, que ligava para a polícia. Cerca de três minutos depois, ele aparece nas câmeras indo embora com a arma na mão.
“A suspeita é que ele tenha comprado uma arma especificamente para o caso. Usou um revólver, para forjar um roubo. Ele teria também a intenção de extrair as imagens das câmeras de segurança, mas não contava com a irmã ligando para a polícia”, disse Muniz.
Na casa do suspeito, localizada ao lado da empresa, policiais apreenderam armas e munição que eram de posse legal da família. O delegado, porém, acredita que nenhuma delas tenha sido usada nos assassinatos.
Com informações G1 SC