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Polícia Civil investiga fraude no uso de CPF para vacinação em outro Estado

A Polícia Civil investiga um dos três casos registrados em Caçador, no Oeste de Santa Catarina, em que os moradores descobriram na hora da vacinação contra a Covid-19 que o CPF fora utilizado para o mesmo fim em outro Estado – mas por outra pessoa.

Os documentos registraram irregularmente indivíduos que tomaram as doses nos estados do Piauí, São Paulo e Minas Gerais. Os casos ocorreram aleatoriamente ao longo das últimas semanas. Os moradores afetados tomaram as doses, mas precisaram apresentar o comprovante de residência.

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As equipes perceberam as irregularidades quando tentaram cadastrar os pacientes no sistema do Ministério da Saúde, mas foram bloqueadas. O CPF é o documento utilizado pela pasta para fiscalizar e acompanhar a vacinação, e não há como cadastrar dois CPFs iguais.

Quando o terceiro caso ocorreu, a Secretaria de Saúde de Caçador decidiu divulgar e comunicar os atingidos. “Procuramos os munícipes para que buscassem a polícia pois pode ser um problema maior”, detalha o secretario Roberto Marton.

Investigação

Conforme o delegado Adriano Delfino Moreira, apenas um morador procurou a polícia na última semana e registrou boletim de ocorrência. Ele teve seu documento utilizado em Minas Gerais. Moreira não soube precisar na noite desta quinta (8) a idade da vítima.

As diligências dependem agora da Polícia Civil mineira. “Colhemos o depoimento da vítima e encaminhamos uma precatória para que a delegacia de lá tome as providências. Temos que aguardar as informações”, explica Moreira.

Entre as diligências previstas estão o depoimento das equipes municipais de Saúde e da pessoa que foi vacinada com o CPF errado. O delegado não descarta a possibilidade de fraude no uso do documento. “É possível que seja. Estelionatários roubam o documento das pessoas para abrir contas, financiamento, e agora podem estar utilizando para vacinação”, explica.

Fraude ou erro

Para a Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) a irregularidade ocorreu por conta de um erro de digitação. Os estados foram comunicados e devem fazer a exclusão desses registros. O órgão não informou se outras cidades registraram situações semelhantes.

Um possível erro de inserção é pouco provável, tendo em vista a estrutura do CPF. O documento conta com onze dígitos. Um deles informa em específico a região fiscal onde o documento foi emitido. Já os dois últimos são os dígitos verificadores – funcionam como uma chave, que valida se os nove dígitos anteriores estão certos.

Os registros de cada imunização são feitos de formas diferenciadas pelas prefeituras. Caçador registra e verifica os CPFs no sistema federal logo antes de aplicar a injeção. Há ainda algumas cidades catarinenses que contam com sistema próprio, que serve como uma segunda consulta, junto ao sistema federal.

Outras cidades, com o objetivo de acelerar a aplicação das doses, anotam o CPF e alimentam o sistema federal posteriormente. Não há prazo para a conclusão das investigações.

Com informações ND Mais 
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