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Polêmica: Colégio de SC pede para alunos se vestirem de ‘favelados do RJ’

Um convite para a festa de integração de uma escola particular de Itajaí, no Vale, gerou polêmica nas redes sociais. No comunicado enviado aos pais dos alunos, os professores do 4º ano pediam que os alunos se caracterizassem de “favelados do Rio de Janeiro”.

“Ficamos indignados com isso porque sempre lutamos contra o preconceito. Faço um trabalho com a cultura hip-hop há 20 anos e ensinamos dentro de casa a não ter nenhum tipo de preconceito”, disse Willian Domingues, pai de um dos alunos do Colégio Fayal. A escola pediu desculpas e falou em “sério equívoco no bilhete enviado às famílias”.

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O filho explicou a Willian que a turma foi dividida em duas classes sociais para uma festa de integração da escola. “De um lado os favelados do Rio de Janeiro, que iriam de bermuda, chinelo, óculos escuros e boné, e a outra metade, vestida como médicos, advogados e empresários, para representar a outra parte da cidade”, explicou Willian em uma rede social.

A direção da escola informou  que a festa de integração ocorre anualmente e neste ano o tema é Cidadania Solidária, pois no primeiro semestre questões relacionadas às desigualdades sociais foram trabalhadas com os alunos. O que ocorreu, segundo a escola, foi um equívoco na escolha das palavras.

Em um esclarecimento publicado na internet, a escola pediu desculpas e disse que a intenção não era criar estereótipos e “sim expor movimentos de cidadania”.

“Pois ainda que possamos ter explicações, reconhecemos a inadequação de uma frase descontextualizada. Nosso espírito educacional é sempre na intenção de realizar ações que possam somar com a comunidade. Houve um sério equívoco no bilhete enviado às famílias dos quartos anos e que separado do contexto a que pertencia tornou-se inaceitável”, informa a escola.

A escola informou que a atividade para a festa a ser realizada no próximo sábado (1º) foi “baseada na canção Alagados, do conjunto Paralamas do Sucesso, onde é citado a Favela da Maré, uma das maiores do Rio de Janeiro, onde vivem hoje 130 mil pessoas, em comunidades que se estendem entre a avenida Brasil e a Linha vermelha – duas das mais importantes vias de acesso à cidade. Não viemos criar muros e sim trabalhar e expor estes movimentos de cidadania e inclusão”, diz a nota de esclarecimento da escola.

De acordo com o Willian, a mulher dele, que também manifestou indignação com o convite nem redes sociais, se reuniu na tarde desta quinta (29) com a diretoria da escola.

“Eu já sofri preconceito, meu pais já sofreram preconceito. Nada mais certo que mostrar que todo mundo, independente de classe, cor, todo mundo é igual”, diz Willian.

Opiniões diferentes

Ainda segundo Willian, no post feito pela mulher, alguns pais disseram que não viram o convite da escola como preconceito.

“O que mais me indigna é que alguns pais acham isso uma coisa mais normal do mundo, apesar de a escola ter assumido o erro, que vão rever, que os responsáveis serão advertidos, muitos pais se viraram contra a minha esposa achando isso a coisa mais normal do mundo, que é questão de interpretação. Gente que acha normal porque nunca sentiu na pele a discriminação. Não é necessário intenção para ser racista ou expressar qualquer tipo de preconceito”, diz William.

Na nota, a escola ainda coloca que não aceita “racismo, xenofobia, homofobia ou qualquer intolerância de classes. Convidamos a todos para acompanharem o nosso trabalho que sempre privilegiou os valores e reafirmar que repudiamos toda e qualquer forma de exclusão. Contamos com a compreensão nesse momento e as providências internas já foram tomadas. Por isso estamos indo além do pedido de desculpas. Assumimos aqui um compromisso público de sermos cada vez mais intolerantes e intransigentes nesse sentido. Enfrentaremos esse momento com humildade e o superaremos , fica o aprendizado”.

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