Nesta manhã de sexta-feira (14), a Polícia Civil revelou detalhes sobre a conclusão que investigou o ataque à creche Pró-Infância Aquarela, de Saudades, no Oeste catarinense, ocorrido no dia 4 de maio. Dentre eles de que o pai de Fabiano Kipper Mai, de 18 anos, colecionava facas.
De acordo com o delegado, Jerônimo Marçal Ferreira, o pai contou durante o interrogatório que estranhou a compra das facas novas feita pelo filho. Mas como era de praxe colecionar esse tipo de armamento, não imaginou que Fabiano planejava uma chacina.
O jovem foi questionado pelos pais do porquê da compra das facas, e ele fez uma brincadeira. Segundo o delegado, o pai de Fabiano pensou que o filho tivesse o mesmo gosto pelos objetos de coleção.
“O pai tinha o hábito de colecionar facas, tinha em casa várias facas e o raciocínio que ele fez foi esse, que de repente ele passou a gostar de facas também, mas jamais imaginou que o filho iria usar essa faca para atacar outra pessoa”, acrescenta Jerônimo.
Perfil do assassino: solitário ao extremo
O delegado ressaltou durante a coletiva que o jovem era uma pessoa isolada e que tinha dificuldade de relacionamento em um nível muito acima do normal, inclusive com a própria família.
“A família se reunia para jantar, ele pegava o prato e ia para o quarto. Quando queria comprar uma roupa, pedia para que a mãe fizesse isso. Ele foi se isolando cada vez mais nos últimos tempos e entrou em um mundo onde começou a ter contato com materiais violentos [fotos e vídeos] e com pessoas que pensavam do mesmo modo, o que alimentou esse ódio nele.”
A investigação aprofundou detalhes da vida do jovem e também como ele se comportava na internet, identificando que o crime foi premeditado desde o ano passado.
“Ele não tinha ódio contra um grupo específico, criou esse ódio generalizado. Ele tinha acesso a muito conteúdo inapropriado e contato com pessoas com pensamentos ruins e violentos, mas não tinha acesso à deep web“, acrescentou. Ainda segundo o delegado, não há indícios de que o jovem tenha qualquer doença mental.
Preso em cela isolada
O jovem segue preso desde quarta-feira (12), quando recebeu alta hospitalar. O Deap (Departamento de Administração Prisional) revelou que ele ficará em quarentena por alguns dias, como protocolo de controle à Covid-19, mas não repassou detalhes da cela onde ele está detido.
Ao ND+, o diretor do Complexo Prisional, Alecsandro Zani, contou que após o período de quarentena, o assassino passará por avaliação da equipe técnica composta por psicóloga, psiquiatra e setor de segurança, para definir se ele terá condições de ser alocado com demais apenados, ou será mantido isolado dos demais.
Com informações ND Mais