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Padre de São Francisco de Sul é condenado a quase 36 anos de prisão por estupro de vulnerável

O padre acusado de abusar de pelo menos de dois meninos em casas paroquiais de São Francisco do Sul e Joinville foi condenado ao total de quase 36 anos de detenção. A decisão expedida pelo juiz Tiago Facchin foi publicada nesta segunda-feira, declarou Marcos Roberto Ferreira, 36 anos, culpado pelos crimes de estupro de vulnerável e fornecimento de bebida alcoólica às duas crianças.

O sacerdote está preso desde junho de 2017, quando foi detido pela Polícia Civil na casa da mãe dele no bairro Jardim Paraíso, na zona Norte joinvilense. O crime ocorreu em maio de 2017, quando um dos meninos pediu socorro ao pai, por meio de aplicativo de mensagem. À época, o garoto participava de um retiro espiritual, junto a outros três meninos, organizado pelo padre em uma paróquia de Joinville, quando foi abusado pelo padre.

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De acordo com o assistente de acusação, Alex Richer Volpato, inicialmente a denúncia apontava que outros dois meninos também poderiam ter sido vítimas dos abusos. O juiz Fachin julgou o crime parcialmente procedente, absolvendo o sacerdote desses dois casos e condenando pelo crime aos outros dois meninos, com idades entre 12 e 13 anos na época do delito.

A sentença condena Marcos a 33 anos, dois meses e seis dias de reclusão em regime inicial fechado pelo crime de estupro de vulnerável e mais dois anos e quatro meses de detenção em regime semiaberto pelo fornecimento de bebida alcoólica à menores. Juntas, as penas somam quase 36 anos de detenção.

Durante quase um ano de processo, a acusação ouviu 14 pessoas – dentre testemunhas e vítimas. Já a defesa fez a oitiva de 42 pessoas. Foram três audiências para os interrogatórios, duas em novembro de 2017 e a última em março de 2018. O réu se pronunciou somente na última, declarando-se inocente às acusações.

Ao longo das investigação foram juntadas provas que comprovassem a prática do crime, como as conversas pelo aplicativo e depoimento das testemunhas. Além disso, ele ainda explica que o laudo psicológico elaborado pelo pela Polícia Civil com a avaliação da vítima teve papel essencial na fundamentação para a condenação. O laudo comprovou a prática de atos libidinosos contra os garotos.

— Esse laudo apontou que as vítimas haviam sido expostas a conduta delitual. Todas as expressões e reações dos meninos corroboraram com os indícios de que houve este abuso, ocorrido no ano passado — afirma Volpato.

O assistente afirma que o crime causou grande abalo à família que formulou a denúncia. Eles precisaram se mudar de São Francisco do Sul para outra cidade do Estado, porque estavam sofrendo com acusações de que a história poderia ser mentira. Os familiares foram procurados pela reportagem, mas não quiseram dar entrevista. Somente se limitaram a afirmar que a sentença “traz um pouco de alívio, mas o que vai prevalecer é a justiça divina”.

O advogado Karlo Murillo Honotório, que faz a defesa de Marcos, afirmou que o cliente nega todas as acusações e a defesa irá recorrer da decisão.

Padre foi afastado da Igreja

Em junho do ano passado, o padre foi afastado das funções sacerdotais. Em nota, a Diocese de Joinville, comunicou que “desde que tomou conhecimento das denúncias, o referido padre foi devidamente suspenso do ministério sacerdotal como prevê o Código de Direito Canônico e orienta o Papa Francisco. Cumpre ressaltar, que o padre Marcos Roberto Ferreira contratou advogado próprio para defendê-lo e está custeando os serviços com recursos próprios”.

Na nota, a Diocese também informou que, “diante da condenação em primeira instância, continuará o processo canônico que culminará na redução ao estado laical do referido padre, ou seja, definitivamente não exercerá mais o ministério sacerdotal. A Diocese de Joinville continua à disposição das autoridades competentes, comprometida com a busca da verdade e repudia totalmente a pedofilia”.

 Relembre o caso:

As investigações começaram em maio do ano passado, quando familiares de quatro crianças denunciaram o líder religioso. Uma quinta vítima também foi identificada durante as apurações, mas não chegou a se comprovar os fatos durante o inquérito policial.

Um dos garotos pediu socorro ao pai no dia 22 de maio de 2017. À época, o garoto participava de um retiro espiritual, junto a outros três meninos, organizado pelo padre em uma paróquia de Joinville. As crianças, com idades entre 12 e 13 anos, residiam em São Francisco e teriam vindo à cidade depois do convite do padre, que havia sido transferido a cerca de um mês.  No local, o padre teria praticado atos libidinosos com os meninos.

Com informações A Notícia

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