A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou às 11h desta segunda-feira (12) que o ônibus que caiu de um barranco de 50 metros em Santa Catarina no domingo (11) trafegava em uma média de 70 km/h. Depois da leitura do disco do tacógrafo, a PRF interpretou que o coletivo variava entre 60 km/h e 80 km/h durante a viagem, velocidades compatíveis com as estradas do percurso. Após a saída de pista, o veículo chegou a 122km/h, velocidade apontada na colisão.
O acidente aconteceu por volta das 3h20, no km 109,8 da BR-282, em Alfredo Wagner. Das 41 pessoas que estavam no veículo, nove morreram, dois passageiros estão na UTI e nove seguem internados nesta segunda. O veículo da empresa Reunidas saiu de Posadas, na Argentina, às 11h30 de sábado (10) e tinha como destino Florianópolis, com chegada prevista para 6h de domingo. A maioria dos passageiros era do Rio Grande do Sul.
Segundo a PRF, o tacógrafo será encaminhado à Polícia Civil de Alfredo Wagner. O responsável pelo caso, Vanderlei Kanopf, irá reunir a prova no inquérito policial. Conforme o Kanopf, todos os sobreviventes do acidente prestarão depoimento à Polícia Civil para colaborar com o inquérito sobre o que teria motivado a tragédia. A investigação ainda não tem prazo de conclusão.
Conforme Kanopf, o local onde o acidente ocorreu já foi periciado e agora o Instituto Geral de Perícias (IGP) realiza a vistoria na carcaça do ônibus no pátio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Rancho Queimado. Não podemos precisar quando o laudo será disponibilizado, mas o caso está com prioridade total. O prazo legal de conclusão do inquérito é de 30 dias, mas de acordo com a polícia, a investigação deve ser prorrogada para a coleta de todos os depoimentos.
Ainda de acordo com o Kanopf, todas as vítimas que sobreviveram ao acidente serão ouvidas. A previsão é que os depoimentos iniciem entre esta segunda (12) e terça (13). Enviaremos cartas precatórias às delegacias das cidades onde as vítimas moram, para aquelas que já retornaram as suas residências possam dar a sua versão. Todos serão ouvidos, inclusive os hospitalizados, reforça.
O advogado da empresa Reunidas, que operava o ônibus, afirmou no domingo que o veículo seria deslocado até a sede da empresa, em Caçador, Oeste catarinense, para desmonte e identificação de falha mecânica. Segundo o Kanopf, o veículo não será liberado enquanto o laudo do IGP não for concluído. Enquanto houver dúvidas ou questões precisarem ser esclarecidas, o veículo segue apreendido, alega.
O responsável ainda afirma que a empresa Reunidas será a última a ser ouvida nos depoimentos. Primeiro recolheremos todas as provas e depoimentos das vítimas para depois confrontar a empresa. Ainda seria muito prematuro alegar a possibilidade de indiciamento nesta etapa, disse o agente.
Vítimas fatais
Os corpos das nove vítimas do acidente começaram a chegar na madrugada desta segunda-feira (12) a Passo Fundo, na Região Norte do Rio Grande do Sul, município de origem da maioria dos passageiros do coletivo, e para outras cidades do interior do estado. Os velórios ocorrem pela manhã e os corpos devem ser sepultados à tarde.
Fonte: G1 Santa Catarina