O Ministério Público requereu que o acusado de assassinar a ex-companheira Aline Kucker, de 33 anos, em Morro da Fumaça, no Sul de Santa Catarina, no último dia 10 de junho, vá a júri popular.
Segundo a perícia, Aline morreu após ser golpeada no pescoço com um amolador de facas e sofrer uma série de agressões. A morte ainda foi presenciada pelos filhos do ex-casal, de 3 e 5 anos.
Diante das circunstâncias, o acusado foi denunciado por homicídio com a incidência de quatro qualificadoras: motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima, meio cruel e feminicídio.
O MPSC também denunciou o ex-companheiro pelo crime de lesão corporal por violência doméstica contra mulher, devido às agressões sofridas pela vítima horas antes de morrer.
A denúncia já foi apresentada ao Poder Judiciário com o pedido para que ele seja julgado pelo júri popular.
Mudança
Conforme as investigações, a união do casal teve fim quando ele tentou matá-la, em 2022, no estado onde moravam. Com medidas protetivas de urgência, Aline se mudou para Morro da Fumaça. Porém, o ex passou a morar em um município vizinho e a frequentar a casa da vítima, que não se opôs em virtude do medo, segundo denúncia.
Sequência de crimes
Naquela tarde de 10 de junho, a denúncia narra que o acusado, enciumado após a ex-companheira ter recebido uma ligação e não o deixado manusear o aparelho celular, começou as agressões.
Pegou uma faca na cozinha, chutou a porta do quarto onde a vítima havia se trancado e desferiu golpes de faca contra ela, acertando o pescoço e a palma da mão esquerda, de forma superficial.
A agressão foi cometida na presença de um dos filhos do ex-casal, uma criança de três anos, que tentou defender a mãe, batendo no pai para que parasse. Por esse fato, ele também foi denunciado pelo crime de lesão corporal por violência doméstica contra a mulher.
Feminicídio
Já à noite, por volta das 22h20, o denunciado, que neste momento já havia acessado o aparelho celular sem autorização, partiu novamente para cima da vítima, iniciando novas agressões que resultaram na morte da mulher.
Após ter sido atacada com um mata-leão no pátio da casa, ela ainda sofreu diversos golpes de faca de serrinha e de amolador de facas, conforme apontam os depoimentos.
Na tentativa de estrangulá-la, ele foi interrompido por vizinhas. Não conformado, agrediu Aline com um capacete na cabeça, mas foi surpreendido por um vizinho e deixou o local.
O homem retornou em seguida e foi preso em flagrante. Segundo assinalou o promotor de Justiça Elias Albino de Medeiros Sobrinho, ele chegou a enviar fotografias e vídeos da mulher quase sem vida para parentes seus e dela.
Entenda as qualificadoras
O promotor de Justiça destacou na denúncia que as circunstâncias do caso evidenciaram que o homicídio foi cometido por motivo fútil, tendo em vista que o denunciado matou por ciúmes.
Constou ainda que o crime teria ocorrido por meio de recurso que dificultou a defesa de Aline, já que ela estava sob efeito de calmantes. Além disso, o ex estaria munido de armas brancas e com superior força física.
O promotor acrescentou também à denúncia a qualificadora de meio cruel, apontando que o acusado tentou estrangular a vítima e desferiu-lhe diversos golpes de faca e de chaira.
Por fim, a denúncia envolveu a qualificadora de feminicídio, em razão de crime ter ocorrido no âmbito doméstico e familiar, por razões da condição do sexo feminino.
Com informações ND Mais