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Milhares de torcedores do Atlético Nacional fazem homenagem histórica à Chapecoense

Milhares de colombianos lotaram o estádio Atanasio Girardot, em Medellín, na Colômbia, na noite desta quarta-feira, 30, em homenagem às 71 vítimas do acidente com o avião Lamia 2933, que transportava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros para a final da Copa Sul-Americana.

Desde o início da noite, os colombianos começaram a encher os 45 mil lugares disponíveis no estádio, cuja entrada foi gratuita e ficou lotado em cerca de meia hora. Sem ingressos, milhares de pessoas também marcaram presença do lado de fora do Atanasio Girardot. No mesmo momento, na Arena Condá, em Chapecó, torcedores e familiares das vítimas da tragédia também realizaram celebrações e homenagens. 

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Colombianos levam mensagens de apoio

Nas arquibancadas, os colombianos ergueram buquês de flores e diversas faixas e cartazes em homenagem às vítimas da tragédia, suas famílias e aos torcedores da Chapecoense. Pôde-se ver também algumas fotos dos jogadores da Chape e bandeirinhas com o escudo do clube catarinense.

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Um das faixas resumiu o sentimento dos colombianos em Medellín: “o futebol não tem fronteiras. Força torcedores, famílias e povo de Chapecó”.

Cânticos homenageiam jogadores da Chape

Embalados por tambores, os colombianos cantaram músicas em solidariedade às vítimas. Uma delas entoou por minutos um sonoro “Êêê, vamos, vamos, Chape, vamos, vamos, Chape”. Emocionante!

Outra música dizia “Não, não nos esqueceremos, que esta Copa se vai para o céu”. Além do cântico criado pela torcida do Atlético Nacional: “Que escutem, em todo continente, sempre recordaremos, o campeão Chapecoense”.

Minuto de silêncio, velas brancas e estádio tomado

Organizada pelo Atlético Nacional e pela Prefeitura de Medellín, a cerimônia de homenagem à Chapecoense começou com 71 pombas brancas sendo soltas no céu da cidade.

Depois, um minuto de silêncio foi respeitado em memória dos mortos, entre milhares de velas brancas acesas pelos torcedores colombianos no Atanasio Girardot. À medida que as ruas no entorno do estádio Atanasio Girardot ficavam ainda mais lotadas.


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O minuto de silêncio aconteceu às 21h45, horário em que aconteceria a partida do Atlético Nacional contra a Chapecoense no jogo de ida da decisão da Copa Sul-Americana. Momentos depois, todo vestido de preto, o elenco do time colombiano subiu ao gramado em silêncio.

A homenagem também contou com a participação da Orquestra Sinfônica da Colômbia, que tocou o hino da Colômbia e logo em seguida, o do Brasil – muito aplaudido pelos torcedores colombianos.

Autoridades marcam presença

A cerimônia de homenagem à Chapecoense contou com a presença de importantes autoridades. Entre elas, estão o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra; o governador do departamento da Antioquia, Luis Perez; o prefeito de Medellín, Federico Guitiérrez; o presidente da Conmebol, Alejandro Hernandez; o presidente do Atlético Nacional, Juan Carlos de la Cuesta, que se vestiu de preto, em luto.

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“Muito obrigado, Colômbia, de coração, muito obrigado. Neste momento de grande tristeza, para as famílias, para todos nós, as expressões de solidariedade que aqui encontramos, como a solidariedade que traz cada um de vocês, colombianos e torcedor do Atlético, aqui no Atanasio, nos oferece um pouco de consolo. Uma luz quando todos estamos tentando entender o incompreensível. Os brasileiros jamais esqueceram como os colombianos sentiram esse momento como seu”, afirmou Serra.

O ministro disse ter sentido a maior emoção de sua vida diante da homenagem, a qual classificou como um “catalizador de sentimentos e esperança”. Ao fim do discurso, ao longo do qual chorou várias vezes, Serra foi ovacionado pelos colombianos.

O prefeito de Medellín também falou aos colombianos no estádio. Ele destacou o sentimento de solidariedade que tomou conta da Colômbia com o desastre.

“Tudo que estão vendo e o que não pode ver ao redor do estádio, este sentimento, este valor, se chama solidariedade. O pior que pode ocorrer a qualquer sociedade é a indiferença. E nós não somos indiferentes com nossas dores e a dos outros. Temos o coração machucado, mas é um pouco de carinho que queremos que chegue ao Brasil e a Bolívia”, disse Federico Guitiérrez.

Crianças soltam balões em homenagem a cada jogador

Na parte final da homenagem, mais cenas emocionante. Diversas crianças, vestidas com o uniforme da Chapecoense, soltaram balões brancos enquanto o mestre de cerimônia anunciava o nome de cada um dos 19 jogadores mortos no acidente.

Na sequência, os jornalistas brasileiros também tiveram seus nomes lembrados. E, à medida que se lia uma mensagem do Papa Francisco, os torcedores jogaram pétalas de flores no gramado do Atanasio Girardot – que, pelo menos por uma noite, tornou-se a segunda casa da Chapecoense.

 

 

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