Um médico de 47 anos foi preso preventivamente nesta quarta-feira (8) em Florianópolis. Ele é suspeito de abusar sexualmente de pacientes de hospitais da capital, informou a Polícia Civil.
O homem já havia sido preso, mas em flagrante, em dezembro. Na época, uma paciente de 19 anos procurou o hospital por causa de uma dor estomacal, mas relatou que o médico apalpou os seios e partes íntimas delas.
A Polícia Civil pede que outras vítimas procurem a Delegacia de Proteção da Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami) de Florianópolis.
Investigação e prisão
O delegado Ícaro Malveira explicou que, na época do crime contra a paciente de 19 anos, o homem ficou preso por alguns dias, foi solto e ficou por 10 dias com tornozeleira eletrônica. Além desse caso, havia mais dois inquéritos contra ele na DPCami da Capital.
“Ele tentou beijar à força uma funcionária que fazia a limpeza, que estava limpando a sala de tomografia. Na época, ele era técnico em radiologia. A funcionária relatou que outras duas tinham passado pela mesma circunstância, mas não queriam registrar ocorrência”, disse o delegado.
Esse caso, classificado como de importunação sexual, ocorreu em janeiro de 2021. O terceiro inquérito é sobre uma paciente que precisava da receita para um tratamento para depressão.
“O médico que costuma atendê-la não estava no momento. Ela foi remanejada para o suspeito. Era para ser uma simples entrega de receita, mas ele sugeriu um exame ginecológico e a paciente acabou cedendo, mesmo achando estranho. Claramente havia lascívia”, relatou o delegado.
“Ao sair da consulta, ficou bem nervosa, constrangida. Chegou a mencionar o fato a uma enfermeira, que concordou que o tratamento adequado não era aquele. A paciente registrou ocorrência”, resumiu Malveira.
Esse caso, ocorrido em março do ano passado, e o da jovem de 19 anos foram classificados como de violação sexual mediante fraude. Diante desses três inquéritos, a Polícia Civil pediu à Justiça pela prisão preventiva do homem “para evitar que ele cometa esses mesmos crimes contra outras vítimas”.
O suspeito foi encontrado em casa e não resistiu à prisão. Segundo o delegado, o homem antes era técnico em radiologia e é médico há pouco mais de dois anos.
Inquéritos
No inquérito sobre o beijo à força, Malveira disse que o suspeito negou o crime. “Alegou que foi uma má interpretação, que ele queria desejar um feliz ano novo para a funcionária”.
Na tarde desta quarta, ele foi ouvido no inquérito sobre a paciente com depressão. Após o depoimento, será encaminhado ao presídio, conforme o delegado.
O inquérito sobre a paciente de 19 anos está concluído e já foi encaminhado ao Poder Judiciário. A investigação sobre o beijo à força deve terminar ainda nesta quarta.
Já o inquérito sobre a paciente com depressão deve ser entregue em cerca de 10 dias. O delegado explicou que outro médico, na condição de testemunha, será ouvido na investigação.
Com informações G1