A Polícia Civil prendeu uma professora de 37 anos suspeita de matar a filha recém-nascida e esconder o corpo dentro de um armário por 5 anos, em Goiânia. De acordo com a delegada Ana Cláudia Stoffel, responsável pelo caso, a mulher cometeu o crime porque o pai da criança era um amante. O homicídio só foi descoberto, terça-feira (9), após o ex-marido ir até o escaninho buscar alguns pertences pessoais e encontrar uma caixa com o corpo.
A professora deu à luz uma menina em março de 2011. A criança nasceu saudável e, um dia após o parto cesárea, realizado em uma maternidade particular da capital, ela recebeu alta. A mulher contou à polícia que o marido, de quem ela se separou em 2015, era ausente, que viajava muito e não tinha conhecimento da gestação.
“A mãe confessou que, desesperada, com medo que o marido descobrisse a traição, porque ele já tinha feito vasectomia, e sem jeito de levar a criança para casa, asfixiou a menina e guardou o corpo dentro do guarda roupa dela por 20 dias”, disse a delegada Ana Cláudia Stoffel.
Para evitar que o cheiro do corpo fosse percebido, ela enrolou o recém-nascido, ainda com o cordão umbilical e a pulseira da maternidade, em diversas sacolas plásticas. Depois de 20 dias, a mulher colocou o corpo dentro de uma caixa com mais plástico e papelão e trancou dentro de um armário no prédio em que morava.
O crime só foi descoberto na terça-feira. “Ela e o marido dela na época estavam separados desde outubro do ano passado, quando ele descobriu uma outra traição. Eles moravam em casas separadas, e o apartamento estava vazio. Quando ele foi lá para buscar algumas coisas, pois o imóvel seria vendido, achou essa caixa toda lacrada. Quando ele abriu, sentiu o cheiro forte e acionou a policia”, relatou a delegada.
A professora foi presa em flagrante por ocultação de cadáver. Ela ainda deve responder por homicídio qualificado. “Em depoimento, ela disse que não conseguiu se desfazer da filha, que mantendo ela lá, era como se a menina estivesse sempre com ela. Mas temos indícios de que ela nunca quis essa gravidez, porque não teve acompanhamento médico, ela não fez enxoval”, completou a delegada.
Agora, a polícia investiga se outras pessoas tinham conhecimento do crime ou se tiveram participação no homicídio.
Durante a apresentação, feita pela polícia na manhã desta quarta-feira (10), a mulher, chorando, disse estar arrependida e que o ex-marido tinha conhecimento da gestação desde os 6 meses de gravidez. Entretanto, ela não deu detalhes se o homem participou do assassinato ou da ocultação do cadáver.