No dia 5 de abril deste ano Joel Prado da Silva, de 34 anos, sofreu um acidente terrível, o qual seria quase impossível de sobreviver. Uma haste metálica atravessou sua cabeça de lado a lado, provocando um ferimento que teria matado na hora a maioria das vítimas. Joel não só sobreviveu, como hoje vive sem qualquer sequelas.
Depois de ter vivido a experiência que chamou a atenção da mídia e fez com que passasse por procedimentos bem sucedidos no hospital, ele leva uma vida absolutamente normal e há 40 dias voltou ao trabalho na propriedade rural onde vive, na localidade de Sede Dona Alice, em Tangará.
“Eu fui trocar uma telha lá em casa, na estrevaria, e tinha esse ferro embaixo. O que aconteceu foi que estourou o telhado e eu cai em cima do ferro, mas eu nem senti o ferro entrar na cabeça. O sogro que viu e se apavorou eu só fiquei tonto, não senti nenhuma dor”.
Após o acidente, Joel foi levado as pressas ao hospital de Tangará, mas diante da gravidade do caso logo teve que ser transferido para o Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST) de Joaçaba.
Joel relembra como foram os momentos que viveu com o pedaço de ferro atravessado na cabeça, quando surpreendentemente não sentia dores.
“Foi bem corrido pra mim o negócio. Mas estive consciente o tempo inteiro, desde aqui de Tangará até Joaçaba e cheguei lá dando risada, por que não sentia dor nenhuma”.
Ele comenta que um dos momentos de maior apreensão foi quando os bombeiros foram chamados e usando equipamentos adequados cortaram as partes da haste que estavam para fora da cabeça. “Na hora que eu vi que os bombeiros chegaram para serrar o ferro fiquei preocupado, mas não doeu nada”.
Joel foi atendido pelo Neurologista Fabrício Molon da Silva. Na época o médico explicou que a cirurgia levou aproximadamente três horas e, segundo ele, foi surpreendente que não tenha havido qualquer lesão ao cérebro com o acidente.
Joel diz que lembra dos momentos até entrar na cirurgia, após isso ele ficou uma semana na UTI em coma induzido, para que o cérebro pudesse se recuperar.
“Depois da cirurgia eu fiquei alguns dias na UTI, em coma. O acidente foi na quarta e eu acordei na terça da outra semana. Quando acordei estava bastante tonto e confuso, trocava as palavas. Depois disso fiquei mais 14 dias no quarto até ser liberado”.
Além da retirada da haste, uma pequena cirurgia foi realizada na barriga de Joel para poder guardar a parte óssea retirada do crânio. Ela foi guardada na barriga, para que o cérebro inchado não ficasse espremido contra o osso. Desta forma o osso ficou nutrido pela própria circulação.
“Fiquei 5 meses com isso (parte óssea do cérebro) na barriga. A cirurgia para recolocar foi bem tranquila, não senti qualquer dor e fiquei mais uma semana no hospital”.
Depois de ter passado pela situação surreal, Joel já está de volta ao trabalho. Ele reclama apenas da proibição feita pelo médico de jogar futebol, no mais a vida segue normal. A maior convicção dele hoje é que ter sobrevivido sem sequelas é um milagre.
“Na verdade não sinto nada, posso trabalhar, tudo tranquilo. Eu acho que é um milagre, por que vejo as fotos agora e não acredito que sou eu, por que não tive medo em nenhum momento, por que não sentia dor nenhuma. Por não sentir dor eu sempre achei que ia sair bem”.
Pelas mãos divinas e aqui da terra, Joel pôde ter uma segunda chance, que diz estar sendo melhor do que antes do acidente.
“Na verdade está melhor mesmo, antes eu tinha muita dor de cabeça e agora nem tenho mais!”, encerrou entre risos.
Com informações de Eder Luiz