Um homem de 37 anos foi hospitalizado em estado grave após ser atacado por uma cobra-coral verdadeira (Micrurus altirostris), no fim da tarde desta quarta-feira (16), em uma propriedade rural do município de Santa Terezinha do Progresso, no Extremo-Oeste de Santa Catarina.
Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital São José de Maravilha, mas precisou ser transferido para o HRO (Hospital Regional do Oeste), em Chapecó, para receber o soro antielapídico.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Maravilha fez a transferência por volta das 21h30 e informou que o paciente estava estável e comunicativo, mas evoluiu para um quadro crítico durante o trajeto. A equipe de socorristas precisou parar no Hospital de Pinhalzinho para que ele fosse estabilizado e depois seguiu viagem até o HRO.
Conforme o Samu, ele descompensou, ficou inconsciente e teve uma baixa na frequência cardíaca. A equipe de socorro acredita que o veneno estava causando uma insuficiência respiratória. Ele chegou em Chapecó consciente, mas pouco responsivo.
Homem não viu a cobra
A equipe do Samu informou, ainda, que o homem é trabalhador do meio rural, onde cuida de aviários, e relatou, durante a transferência, que estava mexendo em um trator quando sentiu algo como se fosse uma agulhada no pé direito.
Quando percebeu, o trabalhador viu que era uma cobra-coral e acredita que possa ter pisado nela sem notar. Ele ainda teria dito que a cobra era pequena e ficou presa em sua calça após a mordida.
Características da cobra-coral
O biólogo Jackson Preuss explica que os acidentes envolvendo cobra-coral verdadeira são raros de acontecer, porque essas serpentes preferem fugir do que se defender por meio da mordida. Porém, quando isso acontece geralmente são casos graves isso porque a cobra-coral tem uma das peçonhas mais fortes do Brasil.
Preuss destaca que esses acidentes acontecem quando ocorre algum tipo de contato mais próximo com a cobra. “Geralmente é quando a pessoa tenta manipular a serpente ou quando pisa sobre ela e tem um contato sem querer.”
Ele observa que esse tipo de serpente tem ação mais grave contra crianças e idosos. “São cobras que tem uma peçonha neurotóxica, ou seja, afeta o sistema nervoso. Basicamente as características são visão turva, queda de pálpebras e dificuldade na salivação. O tratamento mais eficiente é o soro e a recuperação do paciente depende de como o organismo vai responder a isso”, acrescenta.
De acordo com Preuss, em casos de mordida de cobra-coral o indicado é procurar atendimento médico o mais rápido possível para ter acesso ao soro. A demora no atendimento pode agravar a situação e dependendo do local da mordida, se for um ponto vital, acaba sendo mais grave ainda.
Corais não picam, elas mordem
Preuss esclarece que as corais são cobras que não picam, mas sim mordem. Isso porque possuem dentes fixos, diferente das jararacas, por exemplo. Além disso, não são cobras grandes e atingem no máximo 50 centímetros. “O tamanho do animal não represente a toxicidade”.
Com informações ND Mais