Um novo golpe do boleto vem sendo aplicado em todo o país e está deixando em alerta os empresários. Eles receberem por e-mail ou Correios as correspondências com um boleto bancário fraudulento, em nome de organizações com quem mantêm relações comerciais, para que seja pago em substituição ao boleto verdadeiro encaminhado pelo fornecedor.
O e-mail fraudulento informa que devido a problemas operacionais no sistema de faturamento de notas fiscais da empresa (usando o nome de um fornecedor), houve divergência no cálculo da alíquota de PIS/Cofins e CSLL. Por isso foi cobrado um valor maior.
Para equalizar o erro, o falso solicitante pede para desconsiderar o boleto já enviado e considerar o que está em anexo, com o suposto valor correto. O boleto emitido segue os padrões normais, com informações do cedente. Os fraudulentos utilizam o XML da nota fiscal eletrônica, copiando exatamente as letras e números do campo da duplicata.
A Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic) e a Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense (Deatec) orientam os empresários e colaboradores sobre como proceder caso desconfie de algum boleto.
Acesso aos dados
O coordenador do Núcleo das Empresas da Tecnologia de Informação e Comunicação (NTIC) da Acic, Rudimir Araldi, frisa que esse é mais um dos golpes cibernéticos relacionados com o uso descuidado da internet. Ele explica que para o boleto ser clonado ou espelhado, é necessário, por parte dos hackers, a implantação de um programa vírus no computador do fornecedor que emite a nota fiscal e o boleto de cobrança ou no computador de quem recebe a nota fiscal e o boleto.
“Esse vírus é instalado no descuido do uso da internet, como por exemplo, abrindo e-mails suspeitos ou navegando em redes sociais não seguras. O hacker, de posse dos dados da nota emitida ou recebida e do e-mail do cliente que vai pagar a cobrança, simplesmente envia um novo boleto, com dados alterados, sendo que o valor cobrado vai cair em outra conta que não a do fornecedor”, explica.
Ainda de acordo com Araldi, é muito difícil identificar se um boleto é falso ou não devido às diversas informações que constam nele. “Geralmente o boleto clonado ou falsificado vem praticamente igual ao boleto verdadeiro, com mudanças apenas nos números do código de barras que direcionam o valor cobrado para outra conta”, expõe.
Precauções
Uma forma de evitar o recebimento desses boletos falsos é utilizar o DDA do banco (informe-se no banco sobre isso). Nesse caso, o boleto vai estar registrado e o sistema do banco vai identificar se é ou não legítimo. “Ao receber o boleto, se for de um fornecedor assíduo, veja se é do mesmo banco dos boletos anteriores. Se o valor tiver desconto, mesmo sendo uma boa notícia, desconfie e ligue para o fornecedor. Se for verdade, aproveite e agradeça”, alerta Araldi.
Para evitar cair no golpe, algumas dicas são importantes:
– Veja se o código de barras corresponde ao da parte de cima da fatura e se os primeiros algarismos se referem ao banco de destino do pagamento;
– Observe a data de vencimento e desconfie de faturas vencidas;
– Consulte o CNPJ da empresa beneficiária;
– Observe a padronização do boleto, como cabeçalhos, espaçamento, fonte, marcas e sinalizações que dificilmente mudam de um mês para outro;
– Observe erros de português, pois atestam que o documento é fraudado;
– Compare a qualidade do papel com boletos antigos;
– Se receber por e-mail, não clique em links desconhecidos para a geração do boleto, pois você pode ser direcionado para uma página falsa;
-Nunca abra e-mails suspeitos ou que não saiba a procedência no computador utilizado pelo setor financeiro.
Com informações de Oeste Mais