Cerca de 40 moradores do Bairro dos Municípios que participam do Grupo Hiperdia (portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus do SUS) visitaram o projeto da Farmácia Verde da UNIARP nesta segunda-feira (28). A visita começou no Horto Municipal, onde em parceria com a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Agricultura, são cultivadas as ervas, inclusive a espinheira santa cujo chá é distribuído no Posto de Saúde do Bairro.
No Horto, eles receberam informações sobre os tipos de plantas medicinais cultivadas. O grupo foi recebido no local pelo colaborador da Secretaria de Agricultura Alcides Correa de Almeida (Ringo), pela professora Talita Granemann e pela acadêmica Handriely Schumacher Borges.
Depois, o grupo visitou a Farmácia Escola de Manipulação da UNIARP. Eles foram recebidos pela professora Talize Foppa, coordenadora do curso de Farmácia. “Recebemos hoje a visita dos participantes do Grupo Hiperdia com o objetivo de apresentar a estrutura da Universidade. É importante eles conhecerem o processo de preparação dos chás. Aproveitamos também para apresentar outros projetos, como o site da Farmácia Verde que estará disponível em breve e o projeto de TCC da acadêmica Amanda Rosa Coelho, sobre uma planta que é naturalmente salgada. Foi uma interação muito proveitosa. Sempre é muito bom estar com eles, a gente aprende e acaba ensinando muita coisa também”, relata.
A médica Idania Julio Ribeiro, que trabalha na Estratégia Saúde da Família do posto de saúde do bairro, destaca que o repasse de informações e a recomendação do uso de chás está gerando resultados entre os participantes do grupo. “Fazemos acompanhamento uma vez por mês e antes das palestras é feita aferição da pressão arterial e do HGT. Temos visto melhora sim, melhor controle nos níveis de pressão arterial e diabetes. Eles estão assimilando as informações repassadas, não apenas sobre o uso dos chás, mas mudando hábitos. Temos pessoas que renovam a receita do chá e não usam mais remédios convencionais. Os resultados estão surgindo. Eles ainda não estão documentados, mas em breve teremos os números também”, informa.
A participante do grupo Hiperdia, Noemia Joana Corrente, 81 anos gostou muito da visita no horto e na Universidade. Ela diz que sempre faz uso de plantas medicinais em casa. “Eu uso todo dia, na comida, ou chás, sempre uso. Acho muito bom este trabalho. Hoje as pessoas estão acostumadas a sempre correr para uma Farmácia. Quando eu era criança não tinha farmácia, nem médico e minha mãe criou 13 filhos, todos com uso de plantas medicinais”, afirma.
Já Marli Pascoali, 63 anos conta que sua pressão arterial apresentou um descontrole e ela então decidiu cortar o sal da comida e também começou a usar o chá de espinheira santa. “Foi recomendado pela médica para tomar o chá de espinheira santa e foi muito bom. Em casa, cortei o sal da comida e o restante da família está aderindo também, porque eu alertei eles que muito sal é um perigo para a saúde”, diz.
Planta para substituir o sal de cozinha
A acadêmica Amanda Rosa Coelho do curso de Farmácia está pesquisando o uso da planta Sarcocornia Ambigua para substituir o sal de cozinha no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Na ocasião da visita do Grupo Hiperdia na UNIARP, a acadêmica e a professora pesquisadora Talize Foppa aplicaram um questionário para os participantes, que também realizaram uma degustação com uso da planta.
O sal verde, extraído da Sarcocornia Ambigua, uma espécie de ‘cáctus aquático’, tem três vezes menos cloreto de sódio do que o sal convencional e ainda ajuda a controlar o colesterol e até alguns tumores.