Uma mulher, de 21 anos, foi presa, na manhã desta quinta-feira (26), por suspeita de envolvimento em um esquema que vazou informações sigilosas para uma facção criminosa, que atua no estado. Um homem, que já está recluso, também foi alvo de mandado de prisão.
Segundo a investigação da Polícia Civil de Santa Catarina, a dupla teria auxiliado e recrutado uma ex-estagiária do Tribunal de Justiça, apontada como autora dos vazamentos.
Em agosto, a estudante, que fazia estágio em uma vara da família, acessou informações sigilosas, mais de 25 vezes, a respeito da Operação Tio Patinhas 2, deflagrada no mês anterior. A ação deveria ter cumprido 72 ordens judiciais, mas acabou frustrada pela ação da universitária.
À época, 45 pessoas eram investigadas, mas durante o cumprimento dos mandados, apenas cinco foram localizados nos endereços. A jovem, de 23 anos, que não teve a identidade revelada, cursava o 7º período de bacharelado em direito, em uma universidade privada da Capital.
Durante a ação desta quinta-feira, a PCSC também apreendeu telefones celulares e anotações que podem auxiliar no caso.
Casal integrava esquema que vazou informações para criminosos
A PCSC já prendeu quatro pessoas por envolvimento no esquema que vazou informações sigilosas para membros de uma facção, com forte atuação em Santa Catarina. O homem, de 23 anos, alvo de novo mandado de prisão nesta quinta-feira, foi preso em flagrante durante a segunda fase da Operação Tio Patinhas, ainda em julho.
Ele seria integrante da organização criminosa e teria orientado a ex-estagiária do Tribunal de Justiça, que já está presa, sobre o vazamento das informações. “Quem violou o sigilo foi a estagiária, mas ela foi cooptada por ele e violou o sigilo trabalhando para a facção”, afirma o titular da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, Antônio Cláudio Seixas Joca.
A mulher, de 21 anos, é apontada como responsável por repassar as informações sigilosas aos demais membros da organização. Ela não tinha antecedentes criminais. Os dois respondem por formação de organização criminosa, associação ao tráfico e violação de sigilo funcional.
O quarto preso, capturado em uma ação anterior, também apontado como integrante do esquema. Ele seria namorado da ex-estagiária investigada. Conforme o inquérito, todos os presos são naturais da mesma região, em Palhoça.
Advogado pode estar envolvido com vazamento de informações
As investigações continuam para confirmar a participação de um quinto suspeito no esquema que vazou informações sigilosas. Além de integrar a facção criminosa, o homem teria agido em conluio com os demais para auxiliar na fuga dos investigados na Operação Tio Patinhas 2.
Há suspeitas de que a universitária, apontada como autora dos vazamentos, tenha sido paga pelos vazamentos. Ainda, “há indícios de que pode haver a participação de advogados no esquema”, pontua o delegado Joca. Quando presa, a universitária não integrava mais o quadro de estagiários do Tribunal de Justiça.
Operação Tio Patinhas
A investigação mira em um grupo especializado em tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e venda de armas, que tinha como clientes alguns “ricaços” do Estado. A investigação apontou que ao menos 45 pessoas estão envolvidos no esquema criminoso.
Na segunda fase da operação, cinco pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas e 6kg de drogas foram apreendidos. Durante a primeira etapa, outras duas foram detidas pelo mesmo crime.
Com informações ND Mais