Panelas, colheres de pau, quilos de grãos e um bando de homens em volta do fogão. Pode até parecer que estamos falando de algum projeto de gastronomia, mas não. Estamos falando de um hobby que está ganhando cada vez mais adeptos: a produção artesanal de cervejas.
Em Caçador, um grupo de sete amigos que trabalham no mesmo setor de uma empresa resolveram tentar produzir cervejas a partir da curiosidade pura e simples. E a brincadeira acabou dando muito certo. Oito meses depois de ter lido um artigo em uma revista o técnico em manutenção e elétrica Claudiomar Souza curte com os sócios cervejeiros o resultado no copo: uma cerveja clara, com bastante espuma, com sabor bem agradável e que não deixa nada a dever para as cervejas industriais.
“Fomos aprendendo sozinhos. Pegando material da internet, vídeos, lendo tudo que aparecia e compramos o primeiro kit para fabricar cerveja em casa. Muitos dos materiais necessários para a fabricação nós mesmos adaptamos ou criamos, reduzindo assim o custo. Agora, nos reunimos nos finais de semana e desfrutamos a cerveja que nós mesmos fazemos”, explica.
A cerveja Nóis Beer já é sucesso entre o grupo de amigos, familiares e conhecidos. Agora o grupo já arrisca produzir diferentes tipos de cerveja. Além da cerveja de trigo, produzem do tipo American Pale Ale e Blond Ale. E quanto mais se envolvem no negócio, mas querem aprender. “Aos poucos, fomos aprendendo. Para uma cerveja de qualidade, a água é fundamental, além da temperatura controlada e do primming- adição de açúcar para gerar gás. Viu só, até termos complicados já estamos falando”, brinca Claudiomar que junto com o amigo Rafael, são os mais envolvidos diretamente na produção artesanal da cerveja.
Os outros amigos cervejeiros Guilherme Tortatto, Fabio Camargo, Alan Kasprzak, Marcos Castanha e Lucas Borges, são mais apreciadores do resultado final. “O investimento do grupo no hobby foi pequeno se comparado a emoção de desfrutar algo produzido por nós mesmos. Além de ser algo muito divertido, aprendemos algo novo e compartilhamos com os amigos”, destaca Rafael. E para o final do ano, os amigos afirmam que as comemorações serão com a cerveja artesanal Nóis Beer.
A cerveja
Gerada por um processo espontâneo da natureza, no qual cereais que entram em contato com a água podem ser germinados e submetidos à ação de levedos (fungos microscópicos) encontrados no ambiente, a cerveja é uma das bebidas alcoólicas mais antigas da humanidade. Com registros de pelo menos seis mil anos, quando a humanidade já cultivava cereais e os estocava, a cerveja hoje é a bebida alcoólica mais consumida no mundo.
Estima-se que existam atualmente mais de 20 mil tipos de cervejas no mundo. Pequenas mudanças no processo de fabricação, como diferentes tempos e temperaturas de cozimento, fermentação e maturação, e o uso de outros ingredientes, além dos quatro básicos – água, lúpulo, cevada e malte – são responsáveis por uma variedade muito grande de tipos de cerveja.
Tipos de cervejas
As cervejas são classificadas pelo teor de álcool e extrato, pelo malte ou de acordo com o tipo de fermentação.
Pilsener
A cerveja do tipo Pilsener nasceu em Pils, na Tchecoslováquia, em 1842, e é a mais conhecida e consumida no mundo. De sabor delicado, leve, clara e de baixo teor alcoólico (entre 3% e 5%), é também a preferida dos brasileiros. No Brasil, o consumo da pilsen – a que mais se adequa ao nosso clima – chega a 98% do total ingerido, ficando o restante para as do tipo bock, light, malzbier e stout.
Bock
A cerveja tipo bock é outra lager de aceitação mundial por ter um sabor mais forte e encorpado, geralmente de cor escura. É originária da cidade de Einbeck, na Alemanha. Tem baixa fermentação e alto teor alcoólico.
Stout
Originária da Irlanda, a stout é feita com cevada torrada e possui um sabor que associa o amargo do lúpulo ao adocicado do malte. É elaborada com maltes especiais – escuros – e extrato primitivo de 15%. A fermentação é geralmente alta. Sua cor é escura e seu teor de álcool e extrato são altos.
Ice
A cerveja ice nasceu em 1993 no Canadá. É fabricada por meio do ice process. Depois de fermentada, sofre um resfriamento à temperaturas abaixo de zero, quando a água se transforma em finos cristais de gelo. No estágio seguinte, esses cristais são retirados e o que permanece é uma cerveja mais forte e refrescante.