Após confirmar transmissão comunitária, Santa Catarina chegou a 63 casos confirmados da variante Delta. A explosão de casos registrada em outros países mostra como a variante atinge as crianças, grupo que ainda não foi vacinado contra a Covid-19.
A mutação se propagou mesmo nos países com altas taxas de vacinação, como Israel, obrigando novamente a adoção de medidas sanitárias mais restritivas. Na última semana de junho os Estados Unidos registraram 72 mil novos casos de Covid-19 por influência da variante. Um quinto dos infectados eram crianças.
O grupo tem maior resistência contra o vírus, mas não está imune. Até a data, 58 moradores de Santa Catarina com idades entre 0 e 17 anos não resistiram ao coronavírus, segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde). O receio é que a variante Delta, devido ao maior contágio e letalidade, piore o quadro.
O estado de Louisiana, nos EUA, registrou a morte de uma criança de um ano nesta segunda-feira (25). Conforme comunicado do governo, há seis meses que não morria alguém com esta idade. Eles atribuíram a morte ao avanço da Delta, que também é responsável pelo fato de 31% dos novos casos registrados serem em menores de 18 anos.
Como fica em Santa Catarina?
Marco Antônio Iazzetti, pediatra e infectologista da Unisa (Universidade de Santo Amaro) acredita que há uma chance de que o cenário não se repita aqui. “Estamos começando a vacinar o grupo no momento que os casos começam a crescer. Isso é extremamente importante e a vantagem do país em relação aos outros países”, explica.
Na última terça (24), foi definido o início da imunização dos adolescentes de 12 a 17 para 1º de setembro. A vacina da Pfizer, por enquanto, é o único imunizante permitido para o grupo. Já a imunização das crianças ainda não foi definida. “É muito importante que se vacinem”, ressalta o médico.
De todos os casos da Delta confirmados até então no Estado, apenas uma criança, de 12 anos foi infectada com a variante. Há dois adolescentes de 17 anos. A maior parte dos registros atinge moradores dos grupos etários de 20 a 29 e 30 a 39 anos – 17 casos foram registrados em cada uma das faixas etárias.
Aqueles que já concluíram o esquema vacinal abarcam menos casos: 40 a 49 anos (12 registros), 50 a 59 anos (sete casos), 60 a 69 anos (quatro) e apenas um entre os pacientes de 70 a 79. Os dados são da Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina).
Novas medidas?
A necessidade de novas restrições, como a suspensão das aulas, depende da avaliação do comportamento da mutação aqui no Brasil. Tirar os outros países como regra, segundo Iazetti, nem sempre é correto.
“Existem países onde a população tem mais dificuldade em aceitar a vacinação, como os da Europa. O brasileiro, na imensa maioria do país, tem a cultura da vacina”, explica.
Caso ocorra alguma mudança epidemiológica, as medidas devem ser repensadas. “Não devemos ficar parados”, concluí. Uso de máscara, álcool gel e distanciamento seguem fundamentais.
Os municípios com o registro de casos são:
- Araquari (2);
- Balneário Camboriú (1);
- Balneário Piçarras (1);
- Barra Velha (1);
- Biguaçu (1);
- Bom Jardim da Serra (4);
- Bombinhas (1);
- Camboriú (3);
- Campo Alegre (1);
- Chapecó (2);
- Navegantes (2);
- Itapoá (1);
- Florianópolis (3);
- Garopaba (1);
- Itajaí (3);
- Mafra (2);
- Jaraguá do Sul (1);
- Ituporanga (1);
- Joinville (12);
- Rio do Sul (1);
- Navegantes (1);
- Palmitos (1);
- São Francisco do Sul (8);
- São José (3);
- São Joaquim (1);
- Capivari de Baixo (1);
- São Bento do Sul (2);
- Santo Amaro da Imperatriz (1);
- Tubarão (1).