Um empresário e um servidor comissionado que atua como assessor de um juiz foram alvos de uma operação da Polícia Civil em Joinville, no Norte de Santa Catarina. Eles divulgaram informações sigilosas de uma investigação sobre células neonazistas no Estado.
A terceira fase da Operação Gun Project foi deflagrada na manhã de quinta-feira (15), pela Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância da DEIC (Diretoria Estadual de Investigações Criminais), e cumpriu cinco mandados de busca e apreensão.
De acordo com o delegado Arthur Lopes, a investigação apurou que um pedido de busca e apreensão contra um investigado neonazista e parte do relatório de investigação policial foram encaminhados para outros neonazistas pelo assessor jurídico, ainda antes da análise pelo juiz.
A polícia descobriu, ainda, que o assessor vazava também demandas cíveis e trabalhistas, além de realizar pesquisas para terceiros. Já o empresário repassou as investigações vazadas aos neonazistas presos na primeira fase da operação.
O servidor mora em Joinville, mas trabalha para a comarca de outra cidade, que não foi revelada, segundo o delegado, para preservar os demais servidores, uma vez que não indícios que apontem o envolvimento deles na prática do crime de violação de sigilo funcional.
Em nota, o Tribunal de Justiça informou que “até o momento não foi procurado de maneira oficial pelos órgãos competentes, de modo que não tem qualquer informação sobre suposto envolvimento de servidor do Poder Judiciário catarinense com vazamentos de informações de uma operação que combate o neonazismo em Santa Catarina. Tão logo seja acionado, o TJ analisará o caso com a devida atenção e tomará, se necessário, todas as medidas legais cabíveis”.
Vale destacar que as seis pessoas presas no inquérito que investiga a associação criminosa armada que se dedicava à produção caseira de armas de fogo e ao cometimento de crimes raciais e apologia ao nazismo seguem detidas no presídio de São Miguel do Oeste desde outubro.
Com informações ND Mais