A mulher acusada de assassinar a professora Flávia Godinho Mafra, que estava grávida e teve o bebê roubado, foi transferida para o Presídio Feminino de Chapecó. A informação foi confirmada por uma fonte do Complexo Penitenciário do município ao site ClicRDC. O crime ocorreu no município de Canelinha (SC). O bebê ficou dez dias internado e recebeu alta do hospital nesta semana.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa (SAP) informou à reportagem que, como trata-se de um crime de alta comoção social, informações sobre os envolvidos no caso não serão divulgadas pelo setor.
A suspeita e o marido foram denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) na tarde de sexta-feira, dia 4. Conforme o MP, a denúncia é pela possível prática dos crimes de feminicídio, tentativa de homicídio, parto suposto, subtração de incapaz e ocultação de cadáver.
O crime
O corpo de Flávia Godinho Mafra foi encontrado sem vida em um forno de cerâmica desativado, no último dia 28 de agosto. Ela estava desaparecida desde o dia anterior.
Provas do inquérito policial, elaborado pela Polícia Civil, apontam que, no dia 27 de agosto, a investigada teria levado Flávia para um local afastado, para supostamente participar de um chá de bebê surpresa.
Após chegar no endereço, a suspeita teria golpeado a vítima com um tijolo e utilizado um estilete para realizar o parto, de forma precária, e roubar o bebê. A hemorragia do ferimento causou a morte da vítima, informou o Ministério Público.
Em seguida, a mulher teria encontrado com o companheiro e ido ao Hospital de Canelinha, onde informou que havia dado à luz a criança, em via pública, e solicitou ajuda no pós-parto. A equipe do hospital que atendeu a demanda percebeu que as informações eram controversas e acionou a Polícia Militar, que deu início às investigações.
Além do feminicídio, o casal é suspeito de colocar em risco a vida do recém-nascido, que teve ferimentos após ser retirado da barriga da mãe e precisou ser transferido do Hospital Municipal de Canelinha para outra unidade hospitalar, melhor equipada.
“Entendemos que havia justa causa para oferecer a denúncia contra ambos, que demonstram ser imputáveis. São capazes de entender o caráter ilícito da conduta e de se determinar de acordo com esse entendimento. Compreendiam muito bem o que faziam e quais as consequências, e todas as demais circunstâncias dos crimes estão embasadas nas provas coletadas no inquérito policial”, afirmam os Promotores de Justiça responsáveis pelo caso.
A denúncia já foi recebida pelo Judiciário e agora inicia o devido processo legal. O MPSC requer que os denunciados sejam submetidos ao julgamento do Tribunal do Júri da comarca de Tijucas.
Com informações Clic RDC