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A autenticidade e sua batalha contra a alienação das marionetes e bonecos de ventríloco

A autenticidade e sua batalha contra a alienação das marionetes e bonecos de ventríloco

A autenticidade está diretamente relacionada à nossa forma de se posicionar perante os fatos e as coisas do mundo. Diz respeito a nossa essência. Pessoas introvertidas, medrosas, tímidas podem ate serem francas e verdadeiras, mas nem sempre serão autênticas, pois essa está ligada diretamente a espontaneidade.

Permitam-me iniciar essa coluna, enfatizando um parágrafo da minha coluna anterior aonde digo o seguinte: vivemos numa época em que somos impulsionados a sermos todos “iguais”, a pensarmos da mesma forma, ou ainda seguir determinados padrões e tendências, e mesmo que lentamente ou que alguém negue, escravizam o nosso corpo, nossa alma e nossa mente.”.

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Contextualizando o trecho para nossa realidade, percebemos o quanto a identidade incomum a cada um de se ser uma pessoa autêntica, se julgar e ser direta, é desmerecida. Deveríamos encorajar e incentivar todos os dias as pessoas a serem francas e verdadeiras nas suas diferentes formas de agir e pensar, por mais que isso nos custe desentendimentos. Penso que é se desentendendo que nós nos entendemos.

É no andar da carroça na rua estreita que as melancias se ajeitam. O grande problema  é que as pessoas não sabem diferenciar as coisas e as misturam. Misturam tanto que vira uma enorme confusão. Misturam a vida de uma com a de outra, as formas de pensar umas com as outras, o lugar pra se manifestar, cada um tem o próprio e não é usado. Isso tudo somado a grande exposição de quem se manifesta, culmina em sabatinadas de pessoas que não possuem o brilho próprio da franqueza, e tentam ofuscar esse tão sagrado brilho da autenticidade.

A autenticidade, por mais difícil de ser aceita é uma valor incomensurável. Está no mesmo time da franqueza, da sinceridade e da verdade… Valores tão bonitos, mas ao mesmo tempo tão discriminados. Por que sabemos que mesmo sendo duros, esses valores nos fazem bem e mesmo assim insistimos em taxá-los de valores da discórdia?  Ser verdadeiro, franco, autêntico hoje em dia, é sinônimo de briga, confusão e desavença. Por que as pessoas confundem tanto o ato de se posicionar com querer aparecer? Taxando que tem posicionamento de mensageiro da discórdia? Por que esperar que as pessoas queiram que você não seja autêntico e se manifeste, porque vai comprar briga com meio mundo? Afinal de contas, quem é a parte menos certa? Quem se posiciona e firma com rispidez Estou desse lado ou o Maria vai com as outras que fica que nem barata tonta, pagando pra ver qual lado é mais lucrativo pra ele e assim toma partido de uma forma totalmente vergonhosa?

 

As pessoas têm muito medo de expor seu “modus operantis”, opiniões e ideias. Eu vou explicar-lhes o porquê. Vivemos em um país aonde as Maria vão com as outras, tomam conta das esferas dominantes. É muito mais cômodo não é? Pessoas que dependem muito do pensar e agir do outro pra se manifestarem contra ou a favor a aquele tão comentado assunto. É a massa alienada.

Na maioria das vezes não sabem nada sobre o assunto, não buscaram saber, não sabem nem do que se trata ou de quem se está falando. Nem fazem questão. Se sua manifestação é ética, moral ou contribui em alguma coisa. Essas pessoas são as pessoas mais falsas que eu possa citar-lhes. Pessoas que ficam em cima de muros e passam suas mãos meladas na cabeça da pessoa que está do lado que melhor lhe convém.

Usando mais um adágio popular: jogam no time que está ganhando. “Se lá na rede social tem 50 curtidas (likes), vou curtir também por que fulano é da alta sociedade, ou porque meus amigos curtiram. Se não for, eu apareço sentando o sarrafo e expondo minha opinião contrária, sem saber nada do contexto da visão do outro”. Vamos ser o primeiro a contrariar pra ter moral. Agora usar os seus meios de comunicação pra se manifestar, poucos o fazem, ficando sempre em cima do muro.

Essas pessoas que estão em constante troca de lados, são totalmente dependentes de  quem opina, se expõe, e é franco. Por que exercem a arte do vampirismo, sugando as atenções para elas, baseadas na exposição da sua ideia contrária, se engajando no ensejo, pegando a deixa.  Exemplo disso são as diversas pessoas que não abrem a boca pra nada, e quando veem uma opinião, sempre tem que vir bater de frente. Na maioria das vezes atacam a forma de pensar ou o seu narrador, desmerecem sua visão e por consequência, criam uma falsa sensação de superioridade e de que ela está correta na sua forma de agir e pensar.

Induzem seus leitores a serem alienados, porque ao retrucarem a forma de pensar, dão a entender, não que a opinião esteja errada ou ao menos distorcida, mas que ela é incompatível com o sistema. A alienação é o mesmo que deixar o barco ir à direção que o vento levar. Estando você lá dentro a deriva. A onda do mar e o vento são o sistema e o barco é você. Sem rumo ou rota, te conduzem pro lado da manipulação da forma de pensar, fazendo com que você sempre dê razão ou a julgue correta, pois na hora que poderia se manifestar, ninguém se manifestou. O “ser contra” vira correto. Mas esse contra, também foi contra a manifestação e o posicionamento do outro. Uma dupla incoerência.

Pessoas que não se manifestam, ou se manifestam só quando lhe é conveniente ou ainda quando algum favor está em jogo, são algo pra se pensar em dar ouvidos e atenção. Ser camaleão e mudar de cor conforme o perigo que lhe é imposto ou terreno que se está pisando, é defesa de animal irracional. Somos seres humanos, livres e pensantes, temos que entender esse comportamento como antiético, de causar repulsa. Dançar conforme a música é bom quando se está em um baile ou boate. Na vida em sociedade é falsidade. Parece que a pessoa necessita sempre de uma garupa pra ser levada em suas costas ou ter seu corpo levado por uma. Não é por aí que as coisas funcionam.

 

Devemos ser a pessoa certa no lugar certo! Precisamos perpetuar a luz própria de cada vaga-lume. Sermos vaga-lumes! E não sermos cobras querendo devorar vaga-lumes cheios de brilho e luz, apenas por não entendermos que o certo é se posicionar perante os fatos. Essa é a moral da fábula da cobra e do vaga-lume: A cobra quer comer o vaga-lume, mesmo não estando em sua cadeia alimentar, só pra não vê-lo brilhar. E o brilhar aqui não é estar certo ou errado. É simplesmente POSICIONAR-SE. Mas que cada um se manifeste, cada qual com o seu meio, seu perfil na rede social, seu telefone, seu blog, sua coluna. Quem não se manifesta é Maria vai com as outras e ponto. Está deixando levar-se pelo sistema, pela maioria. A maioria nem sempre está correta. Posicionar-se é a necessidade da ordem natural do mundo, da evolução de tudo isso que chamamos civilização.

E é difícil entender a posição de se manifestar, por que essa posição sua como imposição, pois partiu de uma autenticidade conhecida como INICIATIVA. E ela pode ir contra todos outros princípios ou verdades mais costumeiras. Dificilmente encontrarmos pessoas quem tomem a iniciativa frente a essa exposição toda. Mas como mencionei em outra coluna, é muito mais fácil descer o sarrafo e fazer uma crítica exibicionista, do que INCENTIVAR a postura de posicionamento dos temas de nossa sociedade.

Que valores deverão dar as pessoas que insistem em dizer que não se manifestar, deixar de criar intrigas ou inimizades, pela forma de pensar está certa? Bico calado e sem confusão. Será mesmo assim que evoluiremos ou que as coisas funcionam melhor? Penso, que essa forma de agir estaria correta, se a forma de se posicionar contra fosse em casos aonde você é o lado mais fraco da corda. Casos como ir contra a empresa em que se trabalha, ao superior no serviço, seu pai enquanto você filho for dependente, ou ainda algo do gênero. …Algo que pudesse realmente comprometer ou denegrir sua imagem, seu emprego.

Por isso devemos saber usar nosso posicionamento com sabedoria. Exemplo disso é o ator Luiz Fernando Guimarães na sua série intitulada Super sincero”, aonde de tão franco, vira um sem noção. Não se dá conta de dizer verdades constrangedoras e desconcertantes. De tão constrangedor fica engraçado. Trazendo para nosso contexto é um cabo de guerra aonde o perdedor sempre é a parte que precisa mais, o lado mais fraco da corda.

É preciso muito discernimento. Mas mais ainda, precisamos sim nobres leitores, sermos cada dia mais verdadeiros e sinceros nas diferentes manifestações e situações diárias as quais enfrentamos. Não devemos esperar a opinião do outro, porque toda vez que ele se posicionar e você for contra, deixa um gosto de garupa, de querer aparecer nas costas do outro. Então, seja espontâneo, mas não seja encrenqueiro. E se você não se manifesta não vá contra a manifestação do outro, continue assistindo aí de cima do muro, lambendo o lado que melhor lhe convém.

Se queremos ser realmente autênticos, devemos ser até na hora de demonstrarmos nossas fraquezas, imperfeições e qualidades não tão boas assim. É a transparência do sistema como um todo. Ninguém vai estar correto em todos momentos, mas sendo franco autêntico e verdadeiro com seus valores e suas verdades, estará em paz consigo mesmo, sem se preocupar tanto com a opinião do outro. Viverá em harmonia, e com muita sintonia entre seu pensar e falar. Apesar de ser um manifesto da desconstrução da realidade objetiva, o filósofo Alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche declarou: “Não há fatos eternos, como também no há verdades absolutas…”

Agora, oque podemos perceber, é que, as mesmas pessoas que jogam no time que está ganhando, não se manifestam e ficam em cima do muro, jogam também do mesmo lado dos puxadores de saco, dos furtadores de ideias e preguiçosos em iniciativa.

Ser autêntico é se manifestar, é se posicionar com o mundo, dizer-lhe a ele que você é um ser pensante! Que está vivo, carne e osso, tem massa encefálica e contribui para que essas levas de Marias vão com as outras não se perpetuem. É ser autodidata! É ler, correr atrás, buscar conhecimento, lições, valores, comportamentos fora dos padrões costumeiros.

Ser autêntico é deixar transparecer qualidades e virtudes, não ter medo de ser você mesmo, independente do que os outros vão dizer ou pensar. É fazer valer todas as verdades que você possui dentro de si. A alienação está na sua fraqueza de se posicionar. De ser o Maria vai com as outras, de criticar quem se posiciona com objetividade. Se o que você vai dizer com toda franqueza vai colaborar, agregar valor, somar, não vejo porque ficar sendo Maria com as outras ou expectador de cima de um muro.

Simplesmente DIGA, FALE ! – A vida exige posição, postura e coerência nessa artimanha de se colocar de um lado ou de outro. Isso é qualidade, característica positiva nobre amigo. Só não vamos começar a dar palpites em assuntos que não sabemos nada a respeito, que não participamos ou falarmos demais sem ajudar ninguém e ainda fazendo essas pessoas pensarem contra você, pense no prejuízo e tente ser mais contido. Hoje em dia qualquer comentário que você faça é motivo pro outro se ofender.

Porém errado é quando você palpita ou opina na opinião do outro sem lhe perguntar em que contexto ele estava falando. Entendem porque opinião é algo tão particular e inerente a cada um de nós? Não queira perder um emprego vital pra sua carreira por querer pagar de mensageiro da discórdia na forma de pensar. Só se você realmente não precisar do emprego. E assim, por mais que soe como falso, estamos alimentando o bom e velho circulo vicioso da inversão de valores da sociedade.

Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Mesmo que a sua forma de pensar seja anos luz a frente, o contra e desmerecimento dão mais audiência. É o Big brother da formação de opinião. Como a maioria não gosta de ler, ir atrás, buscar saber, preferem o confronto e a arte do fato de ser contra. Às vezes perguntar antes de se posicionar na réplica nos poupa intermináveis brigas. Mas não seja barco a deriva, marionete ou similares. Na vida é preciso viver e ser diferente, ser autêntico e jamais ser um copiador ou plagiador.

Faça você também a diferença. Seja você mesmo. Desse jeito e forma única. Não seja um papel carbono a mais, levado pelo vento do dia-a-dia. Mostre ao mundo que você não veio só pra ocupar espaço. Ser autêntico é assumir ao mundo o que se é na essência.

Dedico essa coluna á você aí que não é Maria vai com as outras. Que se posiciona e valoriza quem age da mesma forma. Tem que ter culhão. Ir lá sentar o sarrafo na opinião do outro pra dizer que falou algo contra é fácil. Difícil é ter uma opinião autêntica. Aquela que vai ser enxovalhada. Contentem-se. Não somos meros expectadores da vida.

Quem se posiciona e opina, é protagonista. Enquanto a plateia assiste, molhando suas mãos nas águas da falsidade. Saiam da plateia e de cima de seus muros, nossa sociedade clama por pessoas que dão a cara pra bater. Saudações meus queridos, grande e forte abraço a todos e DELE PAU!

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