A complexidade e outros paradigmas VII

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Admite-se, no paradigma fenomenológico, a criação, comunicação e modificação de conceitos através de processos de interação social. Assim, certos aspectos da fenomenologia convergem com a teoria da complexidade, ao admitir a realidade como algo não externo ao homem, bem como a modificação dessa realidade inacabada, complexa e caracterizada por movimentos entre o todo e as partes, impulsionando o movimento da ordem e da desordem.

O paradigma estruturalista busca a explicação da realidade em todos os seus níveis com base na noção de estrutura, afirma Gil (1994).

O estruturalismo parte do pressuposto de que cada sistema é um jogo de oposições, presenças e ausências, constituindo um sistema onde o todo e as partes são interdependentes, de tal forma que as modificações que ocorrem num dos elementos constituintes implica a modificação de cada um dos outros do próprio conjunto. Esse sistema deve ser construído de modo que seu funcionamento possa explicar todos os fatos observados.

O paradigma estruturalista opõe-se ao empirismo pois, enquanto que este segundo concebe a realidade como singular e revelada em decorrência da experiência sensível, fazendo com que o objeto passe a ser o que é, o primeiro sustenta que o fato isolado, enquanto tal não possui significado.

 A concepção estruturalista propõe a observação dos fatos em si mesmos e em sua relação com o conjunto. Por outro lado, exige o estudo imanente das conexões essenciais das estruturas independentemente de sua gênese ou de suas relações com o que é exterior a elas.

Assim, de acordo com Gil (1994) no modelo do estruturalismo, parte-se da investigação de um fenômeno concreto, atingindo o nível do abstrato pela representação de um modelo representativo do objeto de estudo, para então retornar ao concreto como uma realidade estruturada. Isto parece opor-se ao que propõe o paradigma da complexidade, visto que este não pretende dissolver ou separar a existência, o ser e a vida, bem como dissolvê-los na abstração sistêmica, ocultando a riqueza da realidade organizada complexamente. Mas, pelo contrário o ser, a existência e a vida surgem necessariamente sobre o efeito do desenvolvimento do conceito complexo de sistema/organização.

O paradigma do materialismo histórico-dialético sustenta que o mundo é dialético e a essência do materialismo dialético não pode ser entendida fora da sua unidade com o materialismo histórico. Nesta concepção, o conhecimento científico, se desenvolve e evolui conforme os interesses e propósitos da própria ciência, pressupondo que há independência da matéria em relação ao pensamento e que, a construção do pensamento, enquanto apropriação da matéria, opera-se por meio da práxis social. Destarte, parte-se para a observação do movimento e da contraditoriedade do mundo, dos homens e de suas relações (ESCOBAR, 2003).

Gomes (2003) afirma que a dialética corresponde a uma visão de que a natureza humana é conformada por relações sociais que indivíduos produzem em contextos históricos definidos. Os movimentos da realidade são atribuídos ao conjunto de relações concretas que os homens estabelecem entre si para produção da sua existência material e social. materialismo histórico-dialético

O pressupostos do materialismo histórico-dialético criticam à visão estática da realidade assumida pelo positivismo e pela fenomenologia, visto que estas escondem o caráter dinâmico e histórico da mesma. Assim, o materialismo histórico-dialético, preocupa-se em desvendar as contradições apresentadas pelo real, manifestadas no conflito de interpretações e interesses, para propor então modos de superação, no sentido de transformar a realidade resgatando sua dimensão histórica.

Pode-se afirmar que a idéia de desvendar as contradições apresentadas pelo real corresponde à noção de ordem e desordem, organização e desorganização contida no conceito do paradigma da complexidade.

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